A castanha foi o mote para o Capítulo de Outono que a Confraria de
Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’ levou a cabo no Hotel Durão, em Viseu, no dia 12 de novembro. José Laranjo, docente e investigador da Universidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) foi o orador convidado. Entre outros,
estiveram também presentes Pedro Ribeiro, vereador da Câmara de Viseu; Costa
Pinto, em representação da Freguesia de Viseu; Flávio Martins, presidente do
Conselho Permanente das Comunidades Portuguesas, e de Alexandre Rocha, da nova
Confraria das Febras e Enogastronomia de Mangualde.
Cerca de meia centena de participantes marcaram presença no Capítulo
de Outono da Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’. Este
encontro convívio teve como orador José Laranjo, um dos mais conceituados
investigadores a nível internacional no que ao castanheiro e à castanha diz
respeito, e foi aproveitado para comemorar o São Martinho. Serviu também para
retomar das atividades normais da Confraria, depois de dois anos atípicos.
Num repasto em que a castanha foi o ingrediente principal, José
Laranjo deu ‘uma aula’ à volta do tema. Num ano em que a quebra de produção foi
significativa, o investigador disse que, em termos nacionais, “houve perdas a
rondar os 40%”. O também presidente da REFCAST - Associação Portuguesa da
Castanha e vice-presidente da EuroCastanea – Rede Europeia da Castanha referiu
que a quebra de produção “teve a principal origem na altura da floração”,
defendendo que a seca não foi a razão principal para a baixa produtividade do
castanheiro nesta campanha.
José Laranjo apontou algumas das lacunas deste setor, importantíssimo
para a economia das regiões de interior, nomeadamente a falta de
competitividade, num ano em que os preços à produção subiram e deixaram os
agentes económicos que operam nos mercados nacional e internacional em
dificuldades, pois não conseguiram competir com os preços praticados pelos
produtores italianos, franceses e espanhóis, acabando por perder alguns
negócios, com reflexo nos próximos anos. Alertou também para a grande aposta
que o Chile está a fazer na produção de castanha, que chega ao mercado europeu
em contra ciclo, nos meses de abril e maio.
O docente da UTAD defendeu a aposta nas variedades regionais, como a
Martaínha, que considerou a ‘rainha’ das castanhas, pois concentra “o melhor
que podemos encontrar neste fruto”. A título de curiosidade, José Laranjo
lembrou que a castanha “não é um fruto seco” e que não deve ser guardada na
despensa, mas sim no frio para travar o desenvolvimento de alguns fungos, que
levam à podridão da castanha, ou a ficar seca, em poucos dias.
Na ocasião, Pedro Ribeiro, vereador com os pelouros da Educação e do
Ambiente da Câmara de Viseu, destacou a importância da Confraria Grão Vasco no
meio associativo da cidade, mas também o papel que tem desempenhado na
aproximação às comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.
A encerrar o Capítulo, o Almoxarife da Confraria ‘Grão Vasco’
agradeceu a presença de José Laranjo, a quem foi entregue o certificado de
Confrade Titular. José Ernesto Silva apelou à participação de todos nas
atividades da Confraria, que tem marcado para abril do próximo ano um Capítulo
de Entronização de novos confrades. De referir que, nesta iniciativa, o
certificado de Confrade Titular foi entregue a mais cinco futuros confrades.
Na sala estavam dois ex-alunos de
José Laranjo. O enólogo Carlos Silva e a esposa, Susana Abreu, também membros
da Confraria Grão Vasco, ofertaram-lhe uma caixa de vinho ‘Índio Rei’, produção
da Amora Brava.
Aqui fica o registo fotográfico do evento
Saudação às bandeiras

O vereador da Educação, Desporto, Ambiente, Saneamento Básico e Qualidade de Vida da Câmara Municipal de Viseu, Dr. Pedro Ribeiro, no uso da palavra
O Almoxarife da Confraria, Prof. José Ernesto, no uso da palavra
O Dr. José Laranjo, docente e investigador da Universidade de
Trás-os-Montes e Alto Douro, foi o orador deste evento
Troca de lembranças e entrega de diplomas de cavaleiros
Mesa de honra

Aspeto geral do evento

O evento na imprensa regional
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